segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

METADE IDEAL

Amei-te porque em ti, minha impetuosidade encontrou refreio,
Porque tua doçura retemperou a intrepidez dos meus anseios,
E tua serenidade mesclou de paz meu turbilhão.

Aprendi contigo que o silêncio às vezes é de ouro,
Na tua quietude descobri mais um tesouro,
E na tua disciplina, a sábia voz de um pai ou um irmão.

Amei o encanto da tua fala, a magia do teu sorriso,
Amei o teu recato, a tua prudência e até a tua timidez.
Amei o teu jeito único,
E mil vezes eu te amaria outra vez.

Humano, também amei o invólucro que abriga teu ser.
E assim amei teu corpo, teus olhos, teu cheiro,
Amei em ti o que não morre, e o que em ti, há de perecer.

Já não questiono se tua ausência é um bem ou um mal.
Apenas submeto-me, passivo, ao traçado do meu destino
Que me aparta de ti e me priva da minha metade ideal.

(Adaptado do livro: “Palavras Para Entorpecer O Coração”, de Fátima Irene Pinto, Belo Horizonte, Editora Soler, 2004.)